Agora sou monstro

Agora sou o que sou
No ser que é homem e corpo
Mas que aqui não se conhece

Agora sou livre
Na máquina da liberdade
Mas que aqui está perdida

Agora sou eterno
Com as sombras e rastros do presente
Mas que aqui deseja a morte

Agora sou infinito
Alcançando patamares nunca vistos
Mas que aqui é ilusão

Agora estou por aí
Com as coisas importantes
Mas que aqui não se importam

Agora sou carne e osso
Com o sangue que diz quem sou
Mas que aqui se cala

Agora sou lei
De uma vida que se afasta
Mas que aqui come do que como

Agora sou paraíso
Com a embriaguez certa da virtude
Mas que aqui volta atrás

Agora sou pesado
Massa e volume em forma e feições
Mas que aqui é invisível

Agora sou pronto
Como tudo que se encontra nessa distância
Que aqui progride

Agora sou igual
Igual aos que aí estão
Que não encontram aqui