O que acontece quando eu não olho?
Quando estou distante, mas meu coração te carrega?
Você sente meu movimento e se move comigo?
Ou tudo desaparece e resta apenas o vazio?
Vazio de uma distância
Que não existe
Se meu coração te carrega
sexta-feira, 8 de janeiro de 2016
quinta-feira, 7 de janeiro de 2016
Amores capitais
Eu quero a moça me esperando na janela
Quero o cravo na lapela
Quero um terno riscado e um chapéu de palha
Eu quero uma conversa de alto nível
Para testar o linguajar difícil
Que eu aprendi em meia década de brasa
Eu quero muito tempo e pouco horário
O real e o imaginário
Quero o fim e o que não acaba
Eu quero pouco
Quero o tudo e muito mais
E os amores capitais
Quero o cravo na lapela
Quero um terno riscado e um chapéu de palha
Eu quero uma conversa de alto nível
Para testar o linguajar difícil
Que eu aprendi em meia década de brasa
Eu quero muito tempo e pouco horário
O real e o imaginário
Quero o fim e o que não acaba
Eu quero pouco
Quero o tudo e muito mais
E os amores capitais
Voltas e reviravoltas
A poesia se converge nesse estupor imaginativo
quando se torna apenas aquilo que os homens almejam: nada que um mero
ideal, apenas a faixa de chegada ao fim da maratona. Torna-se fútil, e
assim perde sua graça. Torna-se escassa como se tornam seus poetas. Seu
corolário é, enfim, definhar e desaparecer, assim como aqueles que a
criam.
O poeta, o verdadeiro poeta, se desvanece, e a poesia fica submergida em um sempre inerte lodaçal. Mas não morre. Ela nunca morre. Seja por sua própria leveza de ser, seja por sua própria mutabilidade, ela se consagra como única. E nada, por mais importante que possa parecer, conseguirá destruí-la. Torna-se uma rainha sem coroa, deposta de seu trono por seus próprios súditos, mas ainda uma rainha.
A poesia nem sempre é valente, nem mesmo quando trata de estórias heróicas. A poesia é mãe bondosa e gentil que prefere escapar com vida e prosperar em terras distantes a arriscar-se perecer, e extinguir, assim, um patrimônio acumulado por toda a história.
Os poetas, seus filhos, muitas vezes morrem na frente de batalha em sua defesa. Outros se aventuram por terras alheias, e desses, apenas poucos – tais quais filhos pródigos – retornam ao seio do lar maternal. Muitas vezes chegam à busca de consolo de mãe, como se, enfim, aceitassem a idéia de que a beleza que buscavam em terras longínquas não estava onde pensavam estar, mas sim, sempre debaixo de seus narizes. Outros, por fim, perdem-se para sempre nas muitas voltas e reviravoltas do mundo.
Ainda que se percam todos os poetas, a poesia haverá de sobreviver. Seja por sua própria leveza de ser, seja por sua própria mutabilidade, ela, sempre consagrada como única, consagrar-se-á, novamente, como primeira.
A poesia reiniciará uma era de transformações e mudanças. E enfim, todos, dos mais tristes aos mais alegres, dos menores aos maiores, dos ricos aos pobres, dos desafortunados aos afortunados irão novamente sê-la súditos fiéis. Todos poderão conclamar seus bens e seus males a quem quiser ouvi-los. O mundo será mais aberto.
Aprenderemos a viver em consonância com tudo o que nos cerca, pois não se faz poesia sem saber onde se está. E o homem aprenderá a viver em harmonia com o meio ambiente, sem degradá-lo e sem se impor normas e regulamentos burocráticos e carentes de eficiência. Homem e animal se reconhecerão e os bardos cantarão as estórias de sua reconciliação. O capital conviverá com o social.
A tirania não mais reinará impune. E a poesia administrará tudo com a imparcialidade daquele que, cotidianamente, enxerga além do cotidiano. Os poetas sairão às ruas de braços abertos, de olhos abertos, de peito aberto, e com o coração leve, prontos para mostrarem, a quem desejar ver, toda a sabedoria que há nas curvas da arte que a humanidade criou. Os poetas são os filósofos da realidade, assim como os filósofos são os poetas do abstrato. E isso voltará a ser evidente.
Os zeros e uns se transformarão em cores, e as pessoas não mais se sentirão obrigadas a ler. Elas viverão, pois é da vida que brota a arte, e é da arte que brota o conhecimento. E é do conhecimento que brota o futuro.
O eu e o outro se unirão ao girar de um círculo perfeito. Pois que a vida, fonte de nossas angústias e de nossos mais íntimos sentimentos de plenitude, é cíclica, e toda ida tem seu retorno. O que hoje está por cima, um dia, no futuro, estará embaixo, e isso dá a certeza de saber que sempre haverá um recomeço. Assim como a fruta que cai serve de adubo para a própria árvore, um lodaçal servirá de base para a construção do palácio de nossa majestade. Do pântano brotará a poesia, tal qual uma vitória régia.
O poeta, o verdadeiro poeta, se desvanece, e a poesia fica submergida em um sempre inerte lodaçal. Mas não morre. Ela nunca morre. Seja por sua própria leveza de ser, seja por sua própria mutabilidade, ela se consagra como única. E nada, por mais importante que possa parecer, conseguirá destruí-la. Torna-se uma rainha sem coroa, deposta de seu trono por seus próprios súditos, mas ainda uma rainha.
A poesia nem sempre é valente, nem mesmo quando trata de estórias heróicas. A poesia é mãe bondosa e gentil que prefere escapar com vida e prosperar em terras distantes a arriscar-se perecer, e extinguir, assim, um patrimônio acumulado por toda a história.
Os poetas, seus filhos, muitas vezes morrem na frente de batalha em sua defesa. Outros se aventuram por terras alheias, e desses, apenas poucos – tais quais filhos pródigos – retornam ao seio do lar maternal. Muitas vezes chegam à busca de consolo de mãe, como se, enfim, aceitassem a idéia de que a beleza que buscavam em terras longínquas não estava onde pensavam estar, mas sim, sempre debaixo de seus narizes. Outros, por fim, perdem-se para sempre nas muitas voltas e reviravoltas do mundo.
Ainda que se percam todos os poetas, a poesia haverá de sobreviver. Seja por sua própria leveza de ser, seja por sua própria mutabilidade, ela, sempre consagrada como única, consagrar-se-á, novamente, como primeira.
A poesia reiniciará uma era de transformações e mudanças. E enfim, todos, dos mais tristes aos mais alegres, dos menores aos maiores, dos ricos aos pobres, dos desafortunados aos afortunados irão novamente sê-la súditos fiéis. Todos poderão conclamar seus bens e seus males a quem quiser ouvi-los. O mundo será mais aberto.
Aprenderemos a viver em consonância com tudo o que nos cerca, pois não se faz poesia sem saber onde se está. E o homem aprenderá a viver em harmonia com o meio ambiente, sem degradá-lo e sem se impor normas e regulamentos burocráticos e carentes de eficiência. Homem e animal se reconhecerão e os bardos cantarão as estórias de sua reconciliação. O capital conviverá com o social.
A tirania não mais reinará impune. E a poesia administrará tudo com a imparcialidade daquele que, cotidianamente, enxerga além do cotidiano. Os poetas sairão às ruas de braços abertos, de olhos abertos, de peito aberto, e com o coração leve, prontos para mostrarem, a quem desejar ver, toda a sabedoria que há nas curvas da arte que a humanidade criou. Os poetas são os filósofos da realidade, assim como os filósofos são os poetas do abstrato. E isso voltará a ser evidente.
Os zeros e uns se transformarão em cores, e as pessoas não mais se sentirão obrigadas a ler. Elas viverão, pois é da vida que brota a arte, e é da arte que brota o conhecimento. E é do conhecimento que brota o futuro.
O eu e o outro se unirão ao girar de um círculo perfeito. Pois que a vida, fonte de nossas angústias e de nossos mais íntimos sentimentos de plenitude, é cíclica, e toda ida tem seu retorno. O que hoje está por cima, um dia, no futuro, estará embaixo, e isso dá a certeza de saber que sempre haverá um recomeço. Assim como a fruta que cai serve de adubo para a própria árvore, um lodaçal servirá de base para a construção do palácio de nossa majestade. Do pântano brotará a poesia, tal qual uma vitória régia.
Saudade
Saudade escreveu um bilhete
Bateu na sua porta
Chamou por você
Gritou seu nome
Mais de uma vez
Saudade perdeu o caminho
Saudade me achou sozinho
Saudade escreveu um recado
De mim pra você
Saudade não te encontrou
Saudade, para mim voltou
Sentindo saudade
Esqueci de querer te esquecer
Quem sente saudade é louco
Quem pensa que amar é pouco
Não teve o prazer que eu tive
De te conhecer
Saudade bateu à minha porta
Meu peito a saudade corta
Sentindo saudade
Esqueci de esquecer você
Bateu na sua porta
Chamou por você
Gritou seu nome
Mais de uma vez
Saudade perdeu o caminho
Saudade me achou sozinho
Saudade escreveu um recado
De mim pra você
Saudade não te encontrou
Saudade, para mim voltou
Sentindo saudade
Esqueci de querer te esquecer
Quem sente saudade é louco
Quem pensa que amar é pouco
Não teve o prazer que eu tive
De te conhecer
Saudade bateu à minha porta
Meu peito a saudade corta
Sentindo saudade
Esqueci de esquecer você
Silêncio
Ele abriu a boca e tomou ar
Como se fosse dizer alguma coisa
Mas ficou calado.
Como se fosse dizer alguma coisa
Mas ficou calado.
Ficou eternamente calado.
Lindeza toda
Linda.
Linda.
Linda.
Linda.
Linda.
Linda.
Linda.
Linda.
Linda.
Linda.
Linda.
Linda.
Linda.
Linda.
Linda.
Linda.
Linda.
Linda.
Linda.
Linda.
Linda.
Linda.
Linda.
Linda.
Linda.
Linda.
Linda.
Linda.
Linda.
Ah, eu morreria por ela!
Linda.
Linda.
Linda.
Linda.
Linda.
Linda.
Linda.
Linda.
Linda.
Linda.
Linda.
Linda.
Linda.
Linda.
Linda.
Linda.
Linda.
Linda.
Linda.
Linda.
Linda.
Linda.
Linda.
Linda.
Linda.
Linda.
Linda.
Linda.
Ah, eu morreria por ela!
Quando estou em paz
Quanto te tenho dentro de mim
Sinto uma euforia que ás vezes
Sequer consigo explicar.
Sinto uma euforia que ás vezes
Sequer consigo explicar.
Sinto vontade de correr,
E um desânimo de me levantar.
E um desânimo de me levantar.
Não consigo abrir a boca,
E tenho vontade de gritar.
E tenho vontade de gritar.
Minha mente se relaxa,
Vai pra longe desse lugar.
Vai pra longe desse lugar.
Vejo cores no asfalto negro,
Pelo caminho que vou trilhar.
Pelo caminho que vou trilhar.
Ouço a música mais lenta,
Percebo tudo bem devagar.
Percebo tudo bem devagar.
Furto o tempo das mãos de Deus,
E tenho tempo para pensar.
E tenho tempo para pensar.
Me excito ao ponto,
De desejar tudo acabar.
De desejar tudo acabar.
E quando tudo acaba,
Não vejo a hora de recomeçar.
Não vejo a hora de recomeçar.
Com você dentro de mim
Sinto um aperto no peito
E algo estranho nas bochechas.
Sinto um aperto no peito
E algo estranho nas bochechas.
Seu beijo
Esse beijo seu cura tudo.
Cura tristeza.
Cura solidão.
Cura cansaço.
Cura raiva.
Cura tristeza.
Cura solidão.
Cura cansaço.
Cura raiva.
Cura o estresse do tráfego.
Cura a violência do tráfico.
Cura a violência do tráfico.
Cura a alta do dólar.
Cura demissão.
Cura a loucura do mundo a meu redor.
Cura demissão.
Cura a loucura do mundo a meu redor.
Cura a cachaça das noites longe de você.
Cura a rapidez com que o mundo passa,
quando estou a 120.
quando estou a 120.
Cura o tempo que passou
E o futuro que não chega.
E o futuro que não chega.
Cura os fardos que pesou
E a minha coluna machucada.
E a minha coluna machucada.
Esse seu beijo cura tudo.
Só não cura o desejo de outro beijo seu.
Só não cura o desejo de outro beijo seu.
Rabo-de-cavalo
Felizes são seus cabelos,
que estão sempre junto de ti,
e você os trata com tanto carinho
que por vezes sinto ciúmes.
que estão sempre junto de ti,
e você os trata com tanto carinho
que por vezes sinto ciúmes.
E fico irrequieto com você por perto
alisando seus cabelos,
como quem alisa um animal de estimação.
E você me relega a segundo plano.
alisando seus cabelos,
como quem alisa um animal de estimação.
E você me relega a segundo plano.
Gosto quando os prende com um elástico,
como se os punisse por lhe tomar tanto tempo.
E me chateia quando lhe vejo de tranças,
e penso no tempo que gastou para fazê-las.
E você não gasta nem metade comigo...
como se os punisse por lhe tomar tanto tempo.
E me chateia quando lhe vejo de tranças,
e penso no tempo que gastou para fazê-las.
E você não gasta nem metade comigo...
Seus cabelos são meus inimigos,
mas quando lhe vejo usando rabo-de-cavalo
penso somente em ser aquele elástico
que castiga teus cabelos,
e sente o doce aroma do seu perfume.
mas quando lhe vejo usando rabo-de-cavalo
penso somente em ser aquele elástico
que castiga teus cabelos,
e sente o doce aroma do seu perfume.
Pensando em você
Sinto falta de você e a saudade corta minha pele
sangro com intensidade um sangue falso, moral.
Sinto sua falta e meu coração sangra.
sangro com intensidade um sangue falso, moral.
Sinto sua falta e meu coração sangra.
Passo por você várias vezes ao dia só para você me notar,
penso em todas maluquices e esquisitices que poderia fazer,
me imagino importante e bem-sucedido, hoje, daqui a dez anos
e vejo você olhando para mim e me aplaudindo, você sorri.
penso em todas maluquices e esquisitices que poderia fazer,
me imagino importante e bem-sucedido, hoje, daqui a dez anos
e vejo você olhando para mim e me aplaudindo, você sorri.
O gosto do conhaque é amargo, e faz minha cabeça doer.
Penso mais em você, e mais, e mais, e mais, e mais...
O conhaque desce insípido pela garganta, bebi demais.
Bebi demais? Ainda penso em você. Bebi. Demais?
Penso mais em você, e mais, e mais, e mais, e mais...
O conhaque desce insípido pela garganta, bebi demais.
Bebi demais? Ainda penso em você. Bebi. Demais?
Conheço teu rosto tão bem que poderia esculpi-lo de olhos fechados.
Não sei esculpir. Mas quero teu rosto, anseio por teu rosto.
Talvez eu consiga desenhá-lo. Teus olhos, teus lábios.
Não sei desenhar. Teus lábios tomam uma linda forma quando você sorri.
Não sei esculpir. Mas quero teu rosto, anseio por teu rosto.
Talvez eu consiga desenhá-lo. Teus olhos, teus lábios.
Não sei desenhar. Teus lábios tomam uma linda forma quando você sorri.
Amanhã entro na aula de desenho.
Uma cervejinha
Você está namorando.
Decidiu. Chega de ser apenas um ser vagante e solitário. Tudo bem, nem
tão solitário assim. Mas agora você está compromissado em tempo
integral. Vai se dedicar a apenas uma mulher. Apenas uma mulher vai
receber seus beijos e suas juras de amor. Você agora é um homem de uma
só mulher.
Você
sabe que vai conseguir ser fiel. Você é um homem, um ser humano, um ser
racional, você tem controle sobre seus sentimentos, sobre seus
sentidos, suas emoções. Nenhuma mulher vai conseguir te descontrolar,
você pensa.
Ela lhe chama para tomar uma cervejinha. – Sem compromisso. – Ela diz.
No
bar, ela chega como quem não quer nada, seu primeiro golpe é o olhar.
Ah! O olhar, em tempos remotos você não resistia ao olhar e já cairia
atacando.
- Oi tudo bem? – Ela te dá “o olhar”.
No
instante seguinte você já estaria beijando ela. Mas agora não é mais
assim, você é um homem compromissado. Fiel. Vocês conversam
naturalmente. São dois adultos. Pessoas que sabem o que querem. Não vão
se submeter a joguinhos adolescentes. Você está namorando e ela sabe
disso.
Ela
te conhece, conhece bem. Sabe que você não resiste a um pescoço, sabe
que não resiste a um pescoço perfumado. Ela sabe que você não suporta
perfumes baratos e enjoativos e é por isso que ela está usando aquele perfume importado
que ela vinha guardando para uma ocasião especial. Ela te conhece bem,
você não sabe como, mas ela lhe conhece bem. Ela até mesmo sabe que você
não resiste à jogada de cabelo. Sim! Aquela jogada de cabelo para trás
dos ombros deixando o pescoço à mostra. Ela tem um pescoço bonito, sim.
Mas você não é um vampiro. É um homem, um ser racional. Fiel.
Ela chega próximo a você com o pescoço a mostra, o perfume dela atingindo suas narinas e ela olha para você nos olhos. “O olhar”.
Mas nada disso dará certo. O máximo que ela pode conseguir de você é a
sua amizade. Você está convicto que conseguirá ser fiel. E você
conseguirá. Vocês conversam amigavelmente. Você é um mestre na lábia,
nem mesmo as indiretas dela podem te abalar. Mas você não estava
preparado para o que viria a seguir.
A mão na coxa.
Somente Deus é testemunha de quantas vezes a mão na coxa levou bons
homens à loucura. A mão na coxa diminui suas defesas, você já não pode
resistir mais a ela como antes, mas você tenta, você consegue. Afinal,
você fez uma promessa, não ficaria com outra mulher jamais. Você a olha
nos olhos, mas percebe que foi uma péssima idéia. Com as defesas baixas
“o olhar” é mais eficaz.
Ela
percebe que você está decidido a não se entregar sem luta. Mas mesmo o
mais bravo dos guerreiros precisa de uma pausa. Você decide que é hora
de combater fogo com fogo, você tenta sutilmente tirar a mão dela da sua
coxa. Mas em vão. Ela delicadamente o faz, somente para poder recolocar
a mão em sua coxa e agora alisá-la como quem alisa um animalzinho de
estimação. Ela é persistente, uma profissional, uma boa profissional.
Você
se levanta. – Tomar um ar fresco. – Você diz. É disso que você precisa,
o perfume dela já estava te levando à loucura e um pouco de ar fresco
vai te fazer bem. Você precisa desvencilhar esses pensamentos de sua
mente. Você acende um cigarro, dá um trago. Você se lembra que não fuma, mas talvez o cheiro de nicotina a faça desistir.
Quando
você volta à mesa percebe que está perdido. Ela é uma profissional, ela
sabe o que quer e nesse momento ela quer você. Logo você que agora está
namorando.
Ela
resolve ir direto ao assunto. É o que ela diz. Aparentemente o cigarro
não deu certo e você poluiu seus pulmões à toa. Talvez se você tivesse
tentado algo mais pesado, um charuto talvez.
Ela
lhe beija. Você é apenas um homem, um ser humano, sujeito a falhas,
você não tem controle sobre seus sentimentos, seus sentidos, suas
emoções. Você até tentou, resistiu ao olhar, ao perfume. Resistiu à mão
na coxa, mas não conseguiu resistir ao beijo roubado. Nenhum
homem conseguiria. Ela atingiu seu calcanhar de Aquiles e agora você não
é mais você, é um servo dela. Você se entrega, se rende. Lutou
bravamente, mas perdeu. Numa batalha tem de haver perdedores. Dessa vez
foi você.
Mais
tarde quando você volta para casa e deita sua cabeça sobre o
travesseiro apenas se lamenta, foi um fraco. Você deveria ter
desconfiado quando ela lhe chamou pra tomar uma cervejinha que
aquilo não acabaria bem, deveria ter recusado. Quando ela colocou a mão
na sua coxa deveria ter simulado um enfarte, qualquer coisa. Mas agora é
tarde. Até que não foi tão ruim, ela beija bem.
Você quer revanche. Amanhã você é que vai chamar ela pra tomar uma cervejinha. Sem compromisso.
As time goes by
Lembre-se sempre
disto. Um beijo é só um beijo e um suspiro é só um suspiro. Enquanto o
tempo passa, você deve se preocupar apenas com as coisas fundamentais.
São elas que importam. Não o beijo ou o suspiro. Mas o sentimento que os
provoca. Beijos e suspiros existem por qualquer motivo e ás vezes
existem até sem motivo.
E
mesmo hoje, os apaixonados quando namoram dizem “Eu te amo”. Pode
acreditar. Certas coisas não mudam. Não importa quanto o mundo mude, a
medida que o tempo passa.
Hoje
o romantismo já está fatigado. Mas a luz do luar e as canções de amor
ainda acalmam a paixão existente nos corações dos apaixonados. Em outros casos enaltecem paixões latentes. O
romantismo ainda é necessário nos dias de hoje. Mesmo hoje a mulher
precisa do homem e o homem precisa de uma companheira. Não há como
negar.
No
fim, a história ainda é a mesma. Uma luta por amor e glória, uma
questão de correr atrás do que se quer ou morrer sem jamais ter tentado.
E o mundo sempre acolherá os apaixonados. Enquanto o tempo passa.
Ela
Você sempre foi um galanteador, um sedutor, um Don Juan
dos trópicos, como lhe chamaram uma vez. Quem foi? A Vânia, a Renata,
talvez. Você não se recorda, sempre foi assim. Um homem de muitas
mulheres. E sempre as tratou com muito carinho e muito zelo. Afinal você
é um romântico, um galanteador, um sedutor, um Don Juan dos trópicos...
Nunca
foi de contar vantagem, de vangloriar-se, de contar suas jornadas na
terra do amor aos outros. Você é assim. Um cavalheiro. Nunca magoou uma
mulher, mas também nunca se deixou levar por seus truques sentimentais.
Você não é nenhum sentimentalista. É um galanteador, um sedutor...
Também
nunca se deixou apaixonar. Pelo contrário, apaixonava as mulheres. Você
as tinha como escravas de suas juras de amor incondicionais. Mas você
nunca as usou. Nunca usaria uma mulher. É um moralista, um defensor dos
velhos costumes, um galanteador...
Nunca
sentiu falta de ter uma mulher só sua, nunca teve tempo para isso.
Dividia o pouco que tinha entre uma paixão e outra. E como eram
emocionantes seus casos, as donzelas se perdiam de amores por você. Pelo
seu jeito aventureiro e independente de ser. Os homens lhe invejavam,
invejavam sua espontaneidade. Invejavam suas mulheres, você sempre foi
assim. Um homem de mulheres, além de um galanteador, um sedutor, um
cavalheiro...
Você
sabe que é experiente, penou e sofreu para adquirir toda essa
experiência, mas sabe que agora tem apenas a colher os frutos dessa
jornada. Porém, nem mesmo toda essa experiência poderia lhe preparar
para Ela. Sim, Ela, com “e” maiúsculo e em negrito. Ela conseguiu colocar você num lugar onde você nunca esteve antes, e olha que você é um profissional, um sedutor...
Seu caso com Ela foi espontâneo, Ela recusou-o a principio, você pensou que Ela seria uma conquista difícil, mas você nunca a conquistou. Ela o conquistou, Ela o atraiu. Seu caso com Ela foi rápido, logo vocês já estavam separados, cada um seguindo sua vida. Mas Ela marcou você, inebriou seus sentidos e confundiu sua mente. Ela te pegou de jeito, logo você, um Don Juan dos trópicos...
Você está sentando no mesmo lugar de sempre, bebendo a mesma bebida de sempre e pensando nas mesmas coisas de sempre. Hoje Ela passa novamente por você, novamente Ela faz questão de ser notada, novamente Ela sorri. Que belo sorriso! Você suspira e da uma golada da sua bebida. Ela passou, e você tem que reconhecer. Ela é uma galanteadora, uma sedutora...
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